O que Deus diz sobre o divórcio!
As estatísticas de divórcio são assustadoras. Elas refletem falta de
respeito, na sociedade moderna, pela vontade de Deus. A prevalência do
divórcio entre as pessoas chamadas por Deus é ainda mais alarmante.
Lembramo-nos tristemente que muitos que dizem servir a Deus não odeiam o
que ele ardentemente detesta (Malaquias 2:16; Apocalipse 2:6).
Apesar dos esforços humanos para esquivar da vontade de Deus, podemos
entender e seguir seu ensinamento sobre casamento, divórcio e novo
casamento. Considere estes fatos fundamentais:
Deus fez o
casamento para durar uma vida inteira. A vontade básica de Deus a
respeito do casamento permanece inalterada desde o Éden. Jesus baseou
seu ensinamento no princípio revelado em Gênesis 2:24 (Marcos 10:6-9).
Paulo usou o mesmo princípio, claramente entendido em Romanos 7:2-3. Uma
vez que o casamento dura somente até a morte (Mateus 22:30), as pessoas
que enviúvam ficam livres para se casarem novamente (veja 1 Coríntios
7:39; 1 Timóteo 5:14).
‚ O divórcio sempre envolve pecado. Em
termos gerais, Deus proíbe o divórcio (1 Coríntios 7:10-11). Mesmo nos
casos em que ele permite o divórcio e novo casamento (a ser examinado em
breve), uma das pessoas pecou contra Deus e o companheiro. Onde o
adultério não está envolvido, a decisão de divorciar é um ato de
rebelião contra o Senhor. Aos olhos de Deus, não há tal coisa como
divórcio "sem culpa."
Alguns torcem o comentário de Paulo em 1
Coríntios 7:11: (" Se, porém, ela vier a separar-se, que não se case,
ou que se reconcilie com seu marido") para dizer que ele está
sancionando o divórcio. Eles sugerem que, se o divorciado não se casar, a
separação é permitida. Podemos ver claramente a falácia de tal
argumento comparando a estrutura desta passagem com 1 João 2:1-2.
Considere o paralelo óbvio:
1 Coríntios 7:10-11: "...não se
separe...se, porém, ela vier a separar-se, que não se case... ou que se
reconcilie com seu marido".
1 João 2:1-2: ".. não pequeis. Se ... alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai".
Pecado é errado em 1 João 2:1-2 e a separação é errada em 1 Coríntios 7:10-11.
Entendemos claramante que Paulo não autoriza o divórcio, considerando
seu ensinamento uns poucos versículos antes. Ele disse que separações
curtas por consentimento mútuo para o propósito de oração podem ser
permitidas (1 Coríntios 7:5-6). Ele não aprovou decisões unilaterais de
separar e não autorizou separações permanentes.
ƒ Jesus condena
divórcio e novo casamento. Lucas 16:18 apresenta a regra geral: "Quem
repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que
casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério." Jesus
condenou o que tem se tornado comum em nossa sociedade: a prática de
deixar um cônjuge para se unir a outro.
O adultério mencionado
aqui é um pecado contínuo que envolve relações sexuais entre pessoas que
não têm permissão dada por Deus para coabitar. O pecado não está
meramente no ato de fazer um voto de casamento, mas na conseqüente posse
de um cônjuge ilícito. Não era errado somente para Herodes tomar
Herodias como sua esposa; era ilícito para ele tê-la (Marcos 6:18). Para
retificar esta situação perante Deus, a separação teria sido
necessária. Quando o pecado é adultério, os frutos do arrependimento
requerem o fim da prática (Mateus 3:8; 1 Coríntios 6:9-11). Tão
certamente como ladrões, bêbedos e homossexuais têm que cessar suas
práticas ímpias, os adúlteros têm que deixar suas relações ilícitas.
„ As mesmas regras se aplicam geralmente. Muitas pessoas tentam alterar
o significado do ensinamento bíblico limitando sua aplicação em modos
em que Deus não o restringiu. Consideremos dois exemplos de tais
restrições artificiais:
n Excluindo mulheres. Ocasionalmente,
alguém tentará excluir mulheres do ensinamento de Cristo, devido ao uso
de pronomes masculinos (Lucas 16:18; Mateus 5:32; 19:9). Além do fato
que expressões masculinas freqüentemente incluem mulheres, Jesus
esclareceu especificamente este ponto em Marcos 10:11-12, onde ele
afirma o mesmo princípio visto das perspectivas masculinas e femininas.
n Excluindo não cristãos. Outros excluem não cristãos do ensinamento de
Cristo, sugerindo freqüentemente que 1 Coríntos 7:10-16 significa que
Jesus não se dirigiu aos não cristãos. Além de ser uma interpretação
insustentável, esta posição coloca os não cristãos numa situação
difícil. Se Jesus não lhes falou, eles continuam sob a mesma lei básica
dada a todos os homens em Gênesis 2, onde não há menção a qualquer
motivo para divórcio e novo casamento. É claro que 1 Coríntios 7:12-16
aborda um assunto não especificamente mencionado no ensino pessoal de
Jesus (como um cristão abandonado por um cônjuge não cristão deverá
agir). A passagem não diz que os não cristãos não estão cobertos pela
vontade de Deus, nem oferece qualquer permissão para novo casamento
depois de uma separação.
Outros argumentam que a aliança de
Cristo não abrange os descrentes. Diversos fatos bíblicos mostram as
falhas deste tipo de argumento. Primeiro, há numerosas passagens que
mostram que Deus tem sempre responsabilizado todos os homens por seus
princípios básicos de moralidade, incluindo a conduta sexual. No Velho
Testamento, Deus freqüentemente julgou os gentios por sua conduta ímpia,
incluindo seus pecados sexuais (considere Levítico 18:24-30 em seu
contexto, e compare com Romanos 1:18-32). Segundo, o ensinamento de
Jesus foi dirigido aos pecadores, e não somente àqueles em comunhão com
ele (Marcos 2:17). Pedro e Paulo entenderam que a mensagem do evangelho
se aplica universalmente (Atos 10:34-35; 17:30). Terceiro, a afirmação
de Paulo que alguns dos coríntios eram adúlteros antes de se converterem
(1 Coríntios 6:9-11) mostra que eles eram sujeitos às leis de casamento
de Deus mesmo quando ainda não estavam em comunhão com ele. Quarto,
Paulo argumenta que o pecado e a morte vêem com a lei (Romanos 7:7-11) e
diz mais que os gentios estavam mortos em transgressões e pecados
(Efésios 2:1). Eles não estavam sujeitos à lei dada no Sinai, mas eram
governados pela lei divina que incluía proibições de adultério. Hoje,
todos os homens estão sujeitos ao domínio de Cristo, quer reconheçam
este fato ou não (Efésios 1:20-21).
… Jesus oferece uma
exceção. Dois textos em Mateus complementam as afirmações registradas em
outros lugares. Mateus 5:32 diz: "Eu, porém, vos digo: qualquer que
repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a
expõe a tornar-se adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete
adultério." A regra básica é a mesma encontrada em Lucas 16:18 e Marcos
10:11-12. O divórcio geralmente resulta em outros pecados. Novo
casamento é condenado. Se, contudo, o divórcio for por causa de
imoralidade sexual, aquele que repudia a ofensora não faz com que ela se
torne adúltera. Mateus 19:9 inclui um elemento adicional: "Eu, porém,
vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações
sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério [e o que casar com
a repudiada comete adultério]." Novamente, divórcio leva a pecado
adicional e o novo casamento é condenado. Como em todos os outros textos
relevantes, à pessoa que é repudiada (independente do motivo) não é
dada permissão para casar novamente. Mas se um homem se divorcia de sua
esposa por causa de infidelidade sexual dela, ele não comete adultério
se tornar a casar-se. Gramaticalmente, a exceção nega a conseqüência
normal. A mesma palavra grega é usada em João 19:11, onde Jesus disse a
Pilatos: "Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse
dada". Uma vez que lhe tinha sido dada de cima, Pilatos teve autoridade
para sentenciar Jesus à morte. Semelhantemente, a conseqüência em Mateus
19:9 é alterada em casos de traição: quem quer que se divorcie de sua
esposa por causa da imoralidade sexual dela e se casa com outra não
comete adultério.
Uma palavra de precaução: em nossas
discussões de direito a divórcio e novo casamento, precisamos ser
cuidadosos para não esquecermos o ensinamento do mesmo Senhor sobre os
assuntos do amor e do perdão. Mesmo quando ele permite o divórcio, essa
nem sempre é a melhor opção.
† Jesus definiu a ordem dos
eventos. Quando ensinamos sobre salvação, ressaltamos corretamente a
seqüência dos eventos e os motivos de certos atos. Por exemplo,
entendemos que a crença e o arrependimento precedem o batismo, e que o
batismo é para o propósito de receber a remissão dos pecados (Marcos
16:16; Atos 2:38). Uma pessoa que não segue esta seqüência, ou que é
batizada por algum outro propósito, não faz o que Deus exige.
Semelhantemente, Jesus falou da imoralidade sexual como razão para
divórcio. Um homem que abandona sua esposa por outros motivos, e espera
até que ela subseqüentemente tenha relações com outro homem para
justificar sua ação, não está respeitando a seqüência e a razão
definidas pelo Senhor. Se não podemos aceitar que o arrependimento e o
batismo venham depois da salvação, não podemos aceitar adultério depois
do divórcio para justificar novo casamento.
‡ A justiça humana
não é o padrão. O casamento foi destinado por Deus e tem sido sempre
governado por ele. Nossas opiniões pessoais são irrelevantes para
discussões sobre o que é certo e o que é errado. Eu posso não gostar do
fato que uma pessoa inocente possa ser repudiada sem nenhuma razão e não
possa casar novamente, mas isso somente sugere meu entendimento
inadequado da vontade de Deus (Isaías 55:8-9). Ele sempre tem razão e
sempre busca nossos melhores interesses. Governos podem fazer leis
justificando divórcios pecaminosos e permitindo casamentos pecaminosos,
mas isso só prova que os governos humanos são capazes de desrespeitar a
vontade de Deus. Aqueles que se defendem na base de lei humana precisam
inevitavelmente aceitar uniões homossexuais e outras abominações, porque
legisladores de "mente aberta" chamam o mal de bem, e o bem de mal
(Isaías 5:20). Não esqueçamos que nós que somos santificados pela
verdade estaremos sempre em descompasso com os padrões da sociedade
descrente que nos rodeia (João 17:14-19; Romanos 12:1-2).
Conclusão
Podemos considerar as leis de Deus sobre o casamento rígidas e
inflexíveis. Para muitas pessoas, elas apresentam um teste de submissão
mais difícil do que a ordem de Jesus a um jovem rico para vender tudo o
que ele tinha e dar aos pobres. Seja qual for o sofrimento que sua
vontade possa exigir, podemos suportá-lo por nossa confiança na eterna
bem-aventurança. (Hebreus 12:1-2). Jamais tiremos nossos olhos da meta.
-por Dennis Allan
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